segunda-feira, 24 de agosto de 2015

Catalina de Siena

Catalina de Siena (1347-1380)
Giovanni di Paolo - Santa Catarina trocando seu coração com Cristo

Foi uma leiga da Ordem Terceira de São Domingos, venerada como Santa Catarina na Igreja Católica.
Catarina de Siena, jovem mulher analfabeta que se tornou confidente, e até conselheira, dos papas. Sua fervorosa fé impressionava mais do que seu nível de instrução. Ditou uma obra monumental que lhe valeu ser proclamada Doutora da Igreja por Paulo VI em 1970.
Existia em Siena uma terceira ordem dominicana, um tipo de fraternidade laica de damas pias que portavam um manto negro sobre suas vestes brancas. Catarina solicita admissão, que lhe é negada. Consideram-na muito jovem e sobretudo muito exaltada. Em 1363, após muitas peripécias, é enfim recebida e veste o hábito. Vive reclusa num pobre quarto de família, que só deixa para assistir aos ofícios da igreja de São Domingos.
Eis que tem uma nova crise de êxtase. Enquanto o Carnaval corria pelas ruas de Siena, recebe em seu quarto uma suntuosa visão. Cristo cercado por Maria e um cortejo nupcial de santos e de músicas a toma por esposa e lhe passa um anel ao dedo. Pouco tempo depois, uma outra aparição lhe pede para assumir uma existência de caridade e apostolado.
Rapidamente, Catarina junta um pessoal, sua "Bela Brigada", que passa a ser conhecida pela piedade e devoção de seus membros. Ela mesma não teme sequer as pestes que assolam a região. Passa a dar conselhos espirituais e sua reputação alcança a ‘entourage’ do papa e do próprio papa Gregório XI. Os próprios dominicanos ficam intrigados com seu modo de vida e pela veneração que suscita. Convocam-na a um capítulo reunido em Florença, ouvem-na e decidem dar-lhe um orientador espiritual, Raimundo de Cápua que a acompanharia até o fim da vida.
Gregório XI desejava restabelecer em Roma a sede pontifical a fim de reforçar a unidade da Igreja. Esta intenção encontra oposição dos príncipes italianos que não manifestaram descontentamento quando autoridades espirituais, sempre prontas a intervir nos negócios temporais, estavam distantes. Para Catarina, porém, dois grandes projetos a animavam : a Cruzada para reconquistar Jerusalém e a reforma da Igreja com o retorno do papa a Roma.
Encontro com Gregório XI
Em maio de 1376, parte com sua brigada para Avignon. Deseja convencer o papa a voltar à Cidade Eterna, negociando a adesão dos florentinos a essa iniciativa. Gregório XI a recebe talvez por simples curiosidade, alertado sobre seus dons de vidência. Em 13 de setembro de 1376, Gregório XI deixa Avignon e empreende por terra e mar uma viagem à embocadura do rio Tibre. Em 17 de janeiro de 1377, o povo romano, encabeçado por Catarina, acolhe seu bispo triunfalmente.
A alegria teria curta duração. A reinstalação romana logo abre uma das mais graves crises de sua longa história : o Grande Cisma do Ocidente. Com a morte do francês Gregório XI, o povo de Roma exige a eleição de um papa italiano. É escolhido o papa Urbano VI em 7 de abril de 1378. Ao cabo de algumas semanas, os cardeais franceses declaram nula a eleição de Urbano. Com apoio do rei da França, Charles V, escolhem como substituto um cardeal francês que adota o nome de Clemente VII e se reinstala em Avignon. O cisma iria durar 40 anos.
Catarina dedica todas as suas forças para tentar convencer os soberanos europeus da legitimidade de Urbano VI. Instalada em Roma, entre o outono de 1377 e o começo de outono de 1378, dita a sua obra-prima, o Diálogo ou Livro da Doutrina Divina onde reuniu suas intuições místicas e sua experiência espiritual.
Ela falece em 28 de abril de 1380, no domingo anterior à Ascensão. Tivera tempo ainda de se comunicar com Raimundo de Cápua, confiando-lhe o cuidado de conservar o essencial de sua mensagem espiritual, o que abriu o caminho para a canonização de Santa Catarina de Siena pelo papa Pio II em 1461. Declarada padroeira da Itália por Pio XII em 1939, e da Europa por João Paulo II em 1999, ela é igualmente a padroeira de todos os ofícios da comunicação em razão de sua obra epistolar a serviço do papado.

Um comentário:

Partido da Causa Operária Campinas. disse...

Homenagem 120 anos. A cantora lírica Maria Monteiro
Zica era o apelido que Maria Monteiro recebeu em casa, ainda pequena, quando já demonstrava vocação musical. Filha do professor de música e organista Francisco Monteiro e de Joaquina Leopoldina Andrade Monteiro, ela nasceu em 16 de janeiro de 1870. Era prima distante do maestro Carlos Gomes.
Há poucas fotos em arquivos de Maria Monteiro, que foi a primeira cantora lírica brasileira e é homenageada, desde 1923, com uma rua no Cambuí – antes disso, a via chamava-se São Miguel.
Estudante dedicada, Zica iniciou os estudos musicais em Jundiaí, com o professor Romão do Prado. Depois, teve aulas no Colégio Florence, em Campinas, com o professor Emílio Giorgetti. Na adolescência, cantava em coros da igreja e na escola. Ao representar Verônica, a personagem bíblica que limpou a face de Cristo no Calvário, durante procissão do Senhor Morto, Maria Monteiro foi vista como uma garota de talento. Sua voz ecoou em 8 de dezembro de 1883, na festa de inauguração da Matriz Nova de Campinas. Ela tinha apenas 13 anos e foi elogiada em texto publicado na Gazeta de Campinas.
A menina encantou até o imperador D. Pedro II e sua mulher, Teresa Cristina, em 1886, numa apresentação na escola, como parte da programação oficial para recepcionar o casal real. Incentivada pela imperatriz, a garota ganhou uma bolsa de estudos e foi morar na Europa. Formou-se maestra e artista de canto. Um ano depois, viajou para Milão, onde ficou sob a proteção de Carlos Gomes e estudou canto lírico.
Em 1889, iniciou a carreira profissional, com estreia no Teatro de Peruggia, na ópera Mefistófeles. Brilhou e conquistou os palcos de outros países, como Itália, França, Inglaterra e Espanha, nas óperas Carmem e Cavalaria Rusticana.
Casada com o rico comerciante italiano Ermenegildo Grandi, Maria Monteiro abandonou a carreira para dedicar-se ao lar, como era da vontade do marido. Morreu em 1897, aos 27 anos, vítima de infecção na garganta e comprometimento nos pulmões. Foi sepultada no Cemitério de Stagliano, perto de Gênova, na Itália.
Monumento
A modelo utilizada para a represe Maria José Speglich ntação alegórica da cidade de Campinas no monumento-túmulo do maestro e compositor Carlos Gomes, na Praça Bento Quirino, é a cantora lírica Maria Monteiro. A escultura foi feita em 1905 por Rodolfo Bernardelli, escultor mexicano que lançou suas obras no País e naturalizou-se brasileiro em 1874. Localizada entre as ruas Barreto Leme, Sacramento e Barão de Jaguara e a Avenida Benjamin Constant, na região do “marco zero”, a Praça Bento Quirino é portadora das marcas históricas mais antigas da cidade.

Belíssima pagina postada por Maria José Speglich no AFROINNEWS