terça-feira, 30 de abril de 2013

Licopeno

Licopeno: saiba onde encontrar o superinimigo do câncer
Licopeno é um carotenóide que dá a coloração vermelha a alguns alimentos. Ultimamente, o licopeno tem sido celebrado por ser uma arma importante na prevenção ao câncer, doenças degenerativas e cardíacas.
Veja quais são os alimentos mais ricos nesta substância.
Tomate

A fruta que causou polêmica nas redes sociais pelos altos preços no Brasil é rica em licopeno. Mas não é só consumindo o tomate in natura que se pode ingerir o nutriente, ao ser processado por meio de molhos e sopas o tomate não perde seu índice de licopeno. Uma xícara de molho de tomate em lata contém 34 mg da substância.
Melancia

Melancia obtém sua cor vermelha por meio do licopeno, uma fatia tem cerca de 13 mg do antioxidante. Melancia também é uma ótima opção, pois é uma das frutas menos infectadas pelo uso de pesticidas.
Laranja

Este fruta rica em vitamina C tem a sua cor-de-rosa avermelhada devida ao licopeno. Metade de uma toranja tem 17 mg desse carotenóide.
Aspargos

Deixando o reino das frutas de cor vermelha, o teor de licopeno cai por ordens de magnitude. Ainda assim, uma xícara de aspargos tem 43 mg de licopeno. Aspargos também costumam ser pouco afetados pelos pesticidas e, portanto, uma opção saudável.
Frango

Uma xícara de frango tem 17 mg de licopeno. Um verdadeiro superalimento, a ave também é uma fonte de vitamina B12, o que é essencial para a integridade do sistema nervoso adequada.
Repolho Roxo

Uma xícara de repolho roxo cru tem 14 mg de licopeno. Que tal uma salada de tomate com repolho para blindar o organismo contra os tumores malignos?
Salsa

Um dos temperos mais usados na nossa culinária é também rico em, adivinhem, licopeno! Cada colher de sopa equivale a 5 mg do carotenoide.
Cenoura

Um copo de suco de cenoura tem 5 mg de licopeno. As cenouras são também uma fonte de vitamina A e beta-caroteno, o que a torna um verdadeiro superalimento. Mas muito cuidado! Cenouras estão na lista de alimentos com mais resíduos de pesticidas.

Fonte:
The Daily News : ( Consumidor Moderno )

domingo, 28 de abril de 2013

Os Celtas

Celtas
Sir Edward Burne-Jones - Arthur with Excalibur
Celtas é a designação dada a um conjunto de povos, organizados em múltiplas tribos e pertencentes à família linguística indo-europeia que se espalhou pela maior parte do Oeste da Europa a partir do segundo milénio a.C.. A primeira referência literária aos celtas foi feita pelo historiador grego Hecateu de Mileto no século VI a.C..
Grupos de migrantes celtas invadiram os Bálcãs e, em 279 a. C., atacaram Delfos, o maior templo da Grécia. Apesar de serem repelidos e de sofrerem terríveis baixas, alguns chegaram à Anatólia (moderna Turquia) e criaram uma espécie de reino-saqueador ao redor da moderna Ancara. Conhecidos pelos gregos por um nome equivalente ao romano “gauleses”, esses gálatas deram seu nome às suas terras, Galácia, de onde surgem os Gálatas do Novo Testamento.
Os Celtas na Idade Média e depois
Bretanha Menor, um reino independente no séc. IX, tornou-se um dos muitos ducados semi-independentes que formavam a França medieval. Com o crescimento do poder real centralizado no séc. XV, sua independência minguou, culminando com sua absorção política pela França em 1532.
País de Gales permaneceu sendo um principado separado, mas sob crescente dominação inglesa a partir do séc. X. Em 1485, o galês Henry Tudor tornou-se Rei da Inglaterra, mas seu filho totalmente anglicizado Henry VIII uniu politicamente o País de Gales à Inglaterra.
Escócia ficou, grosso modo, dividida entre as Highlands (Terras Altas) - onde se falava o idioma gaélico (celta irlandês) - e as Lowlands (Terras Baixas) em que se falava um dialeto germânico semelhante ao inglês. Os belicosos clãs e chefes tribais das Terras Altas estavam em constante conflito com seus vizinhos das Terras Baixas, que os tinham como bárbaros ladrões de gado. Este foi o pretexto para a sua brutal supressão.
Irlanda: A partir das incursões vikings em 795, a Irlanda passou a ser ocupada, total ou parcialmente, por estrangeiros. Aos daneses seguiram-se os anglo-normandos no séc. XII. Durante o séc. XVI, o jugo imperial inglês recrudesceu e a Reforma turvou ainda mais as relações. A Inglaterra protestante manteve a Irlanda Católica sob sujeição, por vezes incrivelmente brutal, até após a Primeira Grande Guerra.
Migrações: Todas essas terras assistiram a migrações significativas ou em massa, especialmente a partir do séc. XVIII: as pessoas fugiam das condições constantemente precárias e da fome, em busca de empregos igualmente esquálidos, mas com melhores salários, nas áreas industriais da Grã-Bretanha, ou em busca das promessas de terras e liberdade no Novo Mundo e na Oceania. Muitos dos emigrantes, especialmente da Escócia e na Irlanda, não desejavam deixar suas terras, mas não tinham escolha diante das expulsões dos senhores das terras que punham seus lucros acima do bem estar de sua própria gente.
A Redescoberta de uma Herança Celta Comum
O séc. XVIII assistiu ao início do nacionalismo na Irlanda e em outras áreas, e à redescoberta de uma herança celta comum. A Linguística e o início da Arqueologia forneceram as bases para uma compreensão mais detalhada das histórias desses povos, e contribuíram para o crescimento de uma autoconsciência nacional que se manifestava na política e nas expressões culturais - em especial na arte e na literatura. Este processo talvez tenha atingido sua maturidade com o surgimento de um estado irlandês independente em 1921.
Atualmente, nem todos aceitam esta visão da história celta, e hoje é possível redigir uma história alternativa da ‘Celticidade’.

Fonte:
Alma Celta: ( Claudio Quintino Crow )

sábado, 27 de abril de 2013

Frases

Frases clássicas de escritores célebres:

Edward Cucuel
“Há tantas coisas no homem que infundem espanto!
Foi por tanto tempo a terra um asilo de dementes! ”

Friedrich Wilhelm Nietzsche (1844-1900)

“Educar a mente sem educar o coração
não é educação.”

Aristóteles (384-322 a.C.)

“Não vemos as coisas como elas são, mas como nós somos.”
Anaïs Nin (1903-1977)

“Felicidade em pessoas inteligentes
é a coisa mais rara que conheço.”

Ernest Hemingway (1899-1961)

“Não me venham com conclusões!
A única conclusão é morrer.”

Fernando Pessoa (1888-1935)

“A mentira é o único privilégio do homem
sobre todos os outros animais.”

Fiódor Dostoiévski (1821-1881)

“É permissível a cada um de nós morrer pela sua fé,
mas não matar por ela.”

Hermann Hesse (1877-1962)

“É tão absurdo dizer que um homem
não pode amar a mesma mulher toda a vida,
quanto dizer que um violinista precisa de
diversos violinos para tocar a mesma música.”

Honoré de Balzac (1799-1850)

“Quem é que quer flores depois de morto?”
J. D. Salinger (1919-2010)

“Viver é negócio muito perigoso.”
João Guimarães Rosa (1908-1967)

“Viver é a coisa mais rara do mundo.
A maioria das pessoas apenas existe.”

Oscar Wilde (1854-1900)

“Quando uma pessoa sofre um delírio, se chama loucura.
Quando muitas pessoas sofrem um delírio, isso se chama religião.”

Robert M. Pirsig

“A vida é uma história contada por um idiota,
cheia de som e de fúria,
sem sentido algum.”

William Shakespeare (1564-1616)

sexta-feira, 26 de abril de 2013

Literatura

Análise do livro "A Hora da Estrela:"
Clarice Lispector
Clarice Lispector reúne em "A Hora da Estrela" três abordagens fundamentais: filosófica, social e estética.
Pela perspectiva filosófica, enfoca os limites e alcances do conhecimento do mundo mediante a palavra e a consciência, através das quais o ser humano se diferencia dos outros seres; em relação ao social, investiga os impasses criados pela separação dos indivíduos em diferentes grupos, destacando o escritor e o nordestino. Quanto à estética, investiga o ato da criação e da originalidade.
A narrativa se estrutura a partir de um narrador-personagem que fala de si mesmo e de um narrador onisciente que conta a história de Macabéa.
Há trechos na obra de Clarice que lembram grandes autores da fase realista e modernista. Observe os fragmentos a seguir:
I - "E só minto na hora exata da mentira.
Mas quando escrevo não minto."
(Fernando Pessoa )
II - "Mas voltemos a hoje. Porque, como se sabe, hoje é hoje. Não estão me entendendo e eu ouço escuro que estão rindo de mim em risos rápidos e ríspidos de velhos.
"(Machado de Assis)
"É coisa muito séria e muito alegre: sua vida vai mudar completamente!"
(Machado de Assis )
III - "Por Deus! Eu me dou melhor com os bichos do que com gente."
(Graciliano Ramos )
IV - "Experimentei quase tudo, inclusive a paixão e o seu desespero. E agora só quereria ter o que eu tivesse sido e não fui."
(Manuel Bandeira)
Todos aparecem ao longo da narrativa, durante o processo de criação. Reúnem narrador, escritor e criação. É importante observar que apenas o 5º título é acompanhado por ponto final. Isto acontece porque a história a ser narrada contém segredos (um deles pode ser lido como "o que é o mistério da morte?") e também é a frase que Macabéa pronunciou antes de morrer.
A "Hora da Estrela" representa o momento epifânico de Macabéa: a hora da morte. É irônica porque só no momento da morte é que Macabéa alcança a grandeza do ser. Já a autora atinge a epifania ao concluir a obra. É a epifanização do tormento de escrever.
O narrador também é personagem principal porque, ao desenvolver a narrativa, mostrando-nos Macabéa, busca a própria identidade. Moldara Macabéa sobre o seu próprio destino e solidão, e morre com ela. Ao mesmo tempo, ele é um disfarce do "eu" da escritora.
A escritora e o narrador, usando as personagens Macabéa e Olímpico, tecem críticas a respeito do ato de falar, expressar-se, escrever, ler, interpretar. Macabéa possui um vocabulário restrito, cultura por flashes, baseada na memorização acrítica. Olímpico não tem consciência crítica para interrogar o código linguístico e aproximar-se das palavras sem conhecer o seu conceito.
A obra de Clarice Lispector pertence à Terceira Geração Modernista. Há o trabalho com o fluxo de consciência, com a linguagem; transita pelo plano metafísico (indagações existenciais), pelo inconsciente, pela autoanálise com projeções da filosofia existencialista.

quarta-feira, 24 de abril de 2013

Prazer e Dor São as Únicas Certezas da Vida

Ana Juan
Os filósofos têm tentado abalar todas as nossas certezas e mostrar que do mundo conhecemos apenas aparências. Possuiremos sempre, porém, duas grandes certezas, que nada poderia destruir: o prazer e a dor. Toda a nossa atividade deriva delas. As recompensas sociais, os paraísos e os infernos criados pelos códigos religiosos ou civis baseiam-se na ação dessas certezas, cuja evidente realidade não pode ser contestada.
Desde que a vida se manifesta, surgem o prazer e a dor. Não é o pensamento, mas a sensibilidade, que nos revela o nosso “eu”. Se dissesse: “Sinto, logo existo” ao invés de: “Penso, logo existo”, Descartes estaria muito perto da verdade. Assim modificada, a sua fórmula aplica-se a todos os seres e não a uma fração apenas da humanidade. Dessas duas certezas poder-se-ia deduzir a completa filosofia prática da vida. Fornecem uma resposta segura à eterna pergunta tão repetida desde o Eclesiastes: por que tanto trabalho e tantos esforços, já que a morte nos espera e o nosso planeta se extinguirá um dia?
Por quê? Porque o presente ignora o futuro e no presente a Natureza condena-nos a procurar o prazer e a evitar a dor.
O operário, curvado sob o peso do trabalho, a irmã de caridade, a quem não repugna nenhuma chaga, o missionário torturado pelos selvagens, o sábio que procura a solução de um problema, o obscuro micróbio que se agita no fundo de uma gota d'água, todos obedecem aos mesmos estimulantes de atividade: o atrativo do prazer, o receio da dor.
Nenhuma atividade tem outro móbil. Não poderíamos mesmo imaginar móbis diferentes desses. Só os nomes podem variar. Prazeres estéticos, guerreiros, religiosos, sexuais, etc., são formas diversas do mesmo aspecto fisiológico A atividade dos seres se dissiparia se desaparecessem as duas certezas que são os seus grandes móbis: o prazer e a dor.
Gustave Le Bom (1841-1931),
in "As Opiniões e as Crenças" .

segunda-feira, 22 de abril de 2013

Poesia

‘Poesia é a arte de excitar a alma’
Novalis Friedrich von Hardenberg (1772-1801)
Poeta, escritor e filósofo do início do romantismo alemão.
‘Toda verdadeira poesia é uma visão de mundo’
T.S. Eliot Thomas Stearns Eliot (1888-1965)
Poeta modernista, dramaturgo e crítico literário inglês nascido nos Estados Unidos.
‘Poesia são as melhores palavras em sua melhor ordem’.
Samuel Taylor Coleridge (1772-1834)
Poeta, crítico e ensaista inglês. Um dos fundadores do romantismo na Inglaterra.
Fundindo esses três conceitos magistrais, obtém-se uma espécie de liga conceitual de elevado teor filosófico-literário, com um enfoque individual, um enfoque social e um enfoque estético da arte poética: “Poesia é a arte de excitar a alma com uma visão de mundo através das melhores palavras em sua melhor ordem.”

sábado, 20 de abril de 2013

Deus um Delírio

Livro: Deus um Delírio
Autor: Richard Dawkins
Um trecho:
Num tempo de guerras e ataques terroristas com motivações religiosas, o movimento pró-ateísmo ganha força no mundo todo. E seu líder intelectual é o respeitado biólogo Richard Dawkins, eleito um dos três intelectuais mais importantes do mundo (junto com Umberto Eco e Noam Chomsky) pela revista inglesa Prospect. Autor de vários clássicos nas áreas de ciência e filosofia, ele sempre atestou a irracionalidade de acreditar em Deus e os terríveis danos que a crença já causou à sociedade. Agora, neste Deus, um delírio, ele concentra exclusivamente no assunto seu intelecto afiado e mostra como a religião alimenta a guerra, fomenta o fanatismo e doutrina as crianças.
O objetivo principal deste texto mordaz é provocar: provocar os religiosos convictos, mas principalmente provocar os que são religiosos "por inércia", levando-os a pensar racionalmente e trocar sua "crença" pelo "orgulho ateu" e pela ciência.
Dawkins despreza a ideia de que a religião mereça respeito especial, mesmo se moderada, e compara a educação religiosa de crianças ao abuso infantil. Para ele, falar de "criança católica" ou "criança muçulmana" é como falar de "criança neoliberal" - não faz sentido.
O biólogo usa seu conceito de memes (ideias que agem como os genes) e o darwinismo para propor explicações à tendência da humanidade de acreditar num ser superior. E desmonta um a um, com base na teoria das probabilidades, os argumentos que defendem a existência de Deus (ou Alá, ou qualquer tipo de ente sobrenatural), dedicando especial atenção ao "design inteligente", tentativa criacionista de harmonizar ciência e religião.
Mas, se é agressivo para expressar sua indignação com o que considera um dos males mais preocupantes da atualidade, Dawkins refuta o negativismo. Ser ateu não é incompatível com bons princípios morais e com a apreciação da beleza do mundo. A própria palavra "Deus" ganha o seu aval na ressalva do "Deus einsteiniano", e o maravilhamento com o universo e com a vida, já manifestado em seus outros livros, encerra a argumentação numa nota de otimismo e esperança.

sexta-feira, 19 de abril de 2013

Ram Navami

Ram Navami é uma festa popular hindu. O festival de Ram Navami é a celebração do aniversário de Lord Ram.
Lord Ram é a sétima encarnação do Deus Vishnu. A celebração se dá no nono dia do mês hindu (esse ano a data é 19 de abril), no calendário védico.
O festival de Ram Navami é tido em alta consideração, não só pelas pessoas na Índia, mas também pela comunidade Hindu que vivem em outras partes do mundo. O festival é celebrado com imensa alegria e entusiasmo, não só pelas pessoas na Índia, mas também pela comunidade Hindu que vivem em outras partes do mundo.

quarta-feira, 17 de abril de 2013

Margaret Thatcher

Manifestantes vaiam cortejo fúnebre
de Margaret Thatcher em Londres.
Muitos estão insatisfeitos com o custo de US$ 15 milhões do funeral.
Cartaz de protesto é erguido entre pessoas que se reúnem em rota de procissão do funeral da ex-primeira-ministra britânica Margaret Thatcher. Em evento raro, a rainha Elizabeth 2ª comparecerá ao funeral da controversa política. No cartaz, lê-se em inglês, fazendo um trocadilho: "Descanse em vergonha.

terça-feira, 16 de abril de 2013

BBC

A BBC não sabe o que fazer
com a música mais vendida da Inglaterra.
Ativistas anti-Thatcher levaram ‘A Bruxa Morreu’ ao número 1, e a BBC sofre pressão para não tocá-la na tradicional parada de domingo.
Liberdade de expressão é uma coisa realmente complicada: é mais fácil falar dela do que praticá-la.
Um episódio mostra isso exatamente neste momento, no país que supostamente é o berço da liberdade de expressão.
No meio de uma controvérsia que se espalhou toda a mídia britânica, está a venerada BBC.
O que aconteceu: ativistas deflagraram uma campanha para comprar uma música anti-Thatcher para levá-la ao topo das paradas.
A música é do Mágico de Oz, e se chama “Ding Dong The Witch is Dead!”. (Dim Dom A Bruxa Morreu!”
Objetivo alcançado.
Neste momento em que escrevo, é a número 1 na Inglaterra. E é aí que entra a BBC com seu excruciante dilema.
Tradicionalmente, aos domingos, a principal rádio da BBC, a 1, toca as músicas mais vendidas, a conhecida parada de sucessos.
A questão que se ergueu barulhentamente: a BBC deveria tocar o hino anti-Thatcher, a três dias de seu funeral?
Os comentaristas conservadores da mídia saíram gritando que não. Que isso seria desrespeito com uma pessoa que sequer foi enterrada.
Mas um momento: isso é censura, ou não?
É o entendimento da chamada voz rouca das ruas. Numa enquete no Guardian, quase 90% das pessoas disseram que sim, a rádio tinha que tocar a canção.
E a BBC, que fez?
Encontrou uma solução que foi a seguinte: subiu no muro. Não vai censurar a música, ao contrário do clamor conservador.
Mas tampouco vai tocá-la inteira: decidiu dar, na parada de domingo, um fragmento de 4 ou 5 segundos.
O que parece claro, passados alguns dias da morte de Thatcher, é que a elite política e jornalística inglesa não tinha a menor ideia de quanto a Dama de Ferro era detestada.
É uma demonstração espetacular de miopia e de desconexão com as pessoas.
A Inglaterra vive hoje não apenas uma crise econômica que não cede há anos, mas uma situação dramática de desigualdade que levou aos célebres riots – quebra-quebras — de Londres há pouco mais de um ano.
Qual a origem da crise e da desigualdade?
Thatcher, é claro.
O real legado de um governante se vê depois que ele se foi. As desregulamentações, as privatizações e os cortes em gastos sociais de Thatcher, passados 30 anos, resultaram num país em que as pessoas têm um padrão de vida inferior ao que tiveram.
Como imaginar que as pessoas ficariam tristes com sua morte?

Fonte::
Por Paulo Nogueira:(Diário do Centro do Mundo)

sábado, 13 de abril de 2013

‘140 anos do Culto à Ciência’

Este ano a Escola Culto à Ciência completa 140 anos. A Escola desperta paixões porque remete à história da própria cidade. O colégio, nasceu da iniciativa de líderes comunitários, que se uniram para fundar uma escola pública leiga, positivista, moderna. Se investia na instalação de laboratórios de ponta, na contratação de grandes professores. O objetivo final era formar cidadãos. Havia uma outra conduta moral. A escola respeitada e amada.
O colégio inaugurado em 12 de outubro de 1874, foi constituído através de uma Associação civil sem fins lucrativos. Inicialmente, a escola possuía um único bloco em dois pavimentos, com quatro salas de aula, ambientes administrativos, sanitários e biblioteca, sendo ampliado a partir de 1895após a dissolução da associação que a mantinha, transformando-se em Ginásio de Campinas. Sua inauguração oficial aconteceu em julho de 1897, tendo sido o primeiro Instituto Oficial de Ensino Secundário de Campinas e o segundo do Estado.

sexta-feira, 12 de abril de 2013

O Pequeno Príncipe

"O Pequeno Príncipe", livro de
Antoine de Saint-Exupèry, completa 70 anos.
O manuscrito original do conto, que foi traduzido para mais de 230 línguas e dialetos, é preservado na Pierpont Morgan Library, em Nova York .
"O Pequeno Príncipe" foi publicado em abril de 1943, em Nova York, pelo escritor Antoine de Saint-Exupèry. "O Pequeno Príncipe", é o livro mais vendido e traduzido no mundo atrás apenas da Bíblia, completa 70 anos e a Sucessão que administra o legado de seu autor, se prepara para comemorar em grande estilo ao longo de 2013 e 2014.
"O Pequeno Príncipe" foi publicado em abril de 1943, quase simultaneamente, em inglês e francês, em Nova York, onde Saint-Exupèry se radicou em 1941, junto com sua esposa, a salvadorenha Consuelo Suncín.
A história deste livro, cujo misterioso e cativante protagonista de cachos loiros tornou-se um ícone mundial, é o resultado de uma "aventura improvável", indicou Olivier d'Agay, diretor da Sucessão Antoine de Saint-Exupèry, que reúne os herdeiros da família do escritor.
"Saint-Exupèry partiu para os Estados Unidos não para escrever, mas para ajudar a convencer esse país a se juntar à luta contra a barbárie", ressaltou em uma coletiva de imprensa D'Agay, neto de uma irmã do autor.
O escritor e piloto Saint-Exupèry, que foi um dos franceses mais conhecidos nos Estados Unidos, se mudou para Nova York com a missão pessoal de convencer os americanos a entrar na guerra contra o nazismo, explicou.
Foi então que a sua editora americana o convenceu a escrever uma história de Natal, um conto infantil.
"Saint-Exupéry estava sempre desenhando em todos as partes a figura de um menino loiro, inspirado em sua infância feliz, e que se tornou o personagem dessa história."
O resultado dessa aventura, nascida em um contexto de exílio e de um mundo em guerra, foi este conto mágico e filosófico de uma centena de páginas, que se tornou um fenômeno editorial, "algo que Saint-Exupèry nunca poderia ter imaginado", segundo D'Agay.
Em seus 70 anos de existência, desde que foi publicado, "O Pequeno Príncipe" vendeu 143 milhões de cópias em todo o mundo.

Fonte:
Correio Braziliense: ( 70 anos do Pequeno Príncipe )

quinta-feira, 11 de abril de 2013

Evangélicos pregam genocídio cultural

Spinello Aretino
Houve uma época em que a expansão comercial da Europa andava de mãos dadas com a catequização dos povos recém-conquistados da América. A assimilação da cultura do conquistador pelos conquistados fazia parte dos planos das Coroas Ibéricas para este continente, pois assim facilitaria e muito a tarefa dos ávidos e ambiciosos recém-chegados. Era um momento de grandes novidades, tanto do lado indígena quanto do lado europeu, e o encontro dos conquistadores com outras culturas e etnias foi permeada da ideia etnocêntrica de superioridade. Os portugueses acharam que sua cultura era superior e seria portanto natural salvar os pobres indígenas da “barbárie”, impondo-lhes a “verdadeira” crença na Cruz de Cristo.
A persistente batalha contra a intolerância religiosa
Isso foi no século XVI, mas ao longo do tempo, a ideia de superioridade racial, cultural ou religiosa seguiu firme pelo menos até que a Sociologia, a História, a Antropologia e a Biologia contestassem essa ideia, já a partir do final do século XIX. E quando parecia que as coisas caminhariam para uma certa normalidade, lá está de novo a Igreja apoiando as ideias típicas que pareciam já ultrapassadas de superioridade racial e cultural através do nazi-fascismo na década de 1920.
Ao custo de milhões e milhões de vidas, mais uma vez foram derrotadas tais ideias em meados do século XX. Mas tal como uma barata que insiste em sobreviver a cada nova chinelada, essas ideias rasteiras teimam em ressurgir de tempos em tempos.
A radicalização das igrejas evangélicas no Brasil
No caso do Brasil, essa nova radicalização religiosa é levada a cabo não pelos católicos, mas por seitas protestantes neopentecostais que conduzem demonstrações diárias de intolerância, ódio e desrespeito às culturas, práticas e crenças diferentes das que elas acham que são as certas. O que vem acontecendo no Mato Grosso do Sul com os índios é um pequeno exemplo desse absurdo, que não é nada menos do que um genocídio cultural.
Os 25 mil índios da região que ainda resistem a todo tipo de abandono por parte do governo e de ataques, seja dos grandes latifundiários, seja dos exploradores das riquezas minerais das suas terras, ainda têm que conviver com os novos fanáticos religiosos das 36 igrejas protestantes que andam satanizando suas crenças e sua cultura, queimando-lhes os templos criminosamente. Isso é muito grave, e é o começo de uma radicalização religiosa no Brasil que precisa ser cortada logo na raiz antes que seja tarde demais. Não estamos mais no século XVI.

Fonte:
( Ramanavimana )

terça-feira, 9 de abril de 2013

Naufrágio

Transatlântico Príncipe de Astúrias - o "Titanic brasileiro". Fabricado em 1914 encerrou seus dias de glória nos rochedos de Ilhabela (SP), em 1916, levando para o fundo do mar a vida de muitas pessoas.
O naufrágio ocorreu na noite de carnaval em 6 de março de 1916 no Litoral de São Paulo matando mais de 1200 pessoas e deixando um rastro de morte nas praias locais. Registros indicam que havia 8ton de ouro a bordo além de muitas outras riquezas. Teorias conflitantes tentam explicar as causas do desastre, enquanto piratas inescrupulosos tentam retirar as riquezas que jazem sobre a carcaça do navio.
O navio se dirigia ao porto de Santos, fazendo sua sexta viagem à América do Sul. Levava oficialmente 588 pessoas entre passageiros e tripulantes, embora houvesse a informação de que cerca de 800 imigrantes viajavam clandestinamente nos porões, fugindo da I Guerra Mundial. Entre as cargas importantes, o navio levava 12 estátuas de bronze (que fariam parte do monumento La Carta Magna y las Cuatro Regiones Argentinas, em Buenos Aires) e uma suposta quantia de 40 000 libras em ouro. Chovia forte e a visibilidade era baixíssima, quando, por volta das 4h20 da madrugada, o comandante, José Lotina, viu um raio, que indicou o quão próximo o navio estava da terra. Ele ordenou toda a foça a ré e que o leme fosse desviado completamente para boreste (direita), mas era tarde demais. O navio bate violentamente nos rochedos na Ponta do Boi na Ilha de São Sebastião, no litoral de São Paulo e afunda em cerca de 10 minutos. Em um dos piores naufrágios da história do Brasil, oficialmente 445 pessoas morrem e apenas 143 sobreviveram.
A história do Príncipe de Astúrias é um dos assuntos preferidos dos arqueólogos submarinos brasileiros. Eles lembram que, em 1916, o Brasil ocupava uma posição de neutralidade na Primeira Guerra Mundial e só se aliaria à Inglaterra no ano seguinte. Naquela época, o transatlântico vindo de Barcelona com mais de mil pessoas a bordo fez uma parada em Salvador no seu curso até Buenos Aires. Naufragou em meio a um nevoeiro na Ponta da Pirabura, uma laje submersa capaz de esmigalhar o casco de um barco como se fosse um iceberg. O Príncipe de Astúrias foi a pique quatro anos depois do Titanic. "Só não ficou famoso como o outro porque era menos luxuoso e não estava em sua viagem inaugural", diz Scarpinni.
O transatlântico sempre desafiou os pesquisadores. "Está num local de mar agitado, com correnteza e água quase sempre turva", explica o instrutor de mergulho Ricardo Meurer. Visitá-lo é difícil mesmo para os mais experientes. Para aumentar o mistério, os arquivos da Marinha em que a história do naufrágio estava registrada com depoimentos de sobreviventes perderam-se num incêndio na década de 60. Os dados que sobraram apontam 477 mortos e 256 sobreviventes. Relatos da época, no entanto, dão conta de mais de mil corpos. Assim como o Titanic, o Príncipe de Astúrias levava nos porões centenas de passageiros não registrados. Eram imigrantes sem dinheiro que viajavam para Buenos Aires. O navio tinha capacidade para 2.004 pessoas.
Oficialmente, o barco foi vítima de um erro de navegação. Scarpinni discorda: "Há indícios de que estava sendo perseguido pelo cruzador inglês Glasgow". Depois de pesquisar na Inglaterra as cartas de navegação que registravam a rota do navio na noite fatal, ele descobriu que o Príncipe de Astúrias desistiu de uma escala no Rio de Janeiro. Depois, fez um inesperado ziguezague. "Isso é uma típica manobra de fuga", garante.
A principal pista apareceu depois de um mergulho a 42 metros de profundidade. Para o pesquisador, se o Príncipe de Astúrias tivesse batido nas pedras, o rasgo no casco estaria 4 ou 5 metros abaixo da linha d'água. Mas ele descobriu um rombo muito acima disso. Pela lógica militar, isso indica que o barco foi abalroado - uma manobra de batalha naval. O cruzador inglês Glasgow tinha, de fato, a proa adaptada para "atropelar" outros navios.
Para reforçar a versão do choque, Scarpinni examinou com detetores de metais a laje da Pirabura e não achou qualquer sinal de destroços. "Se o casco tivesse sido rasgado pelas rochas, haveria vestígios ali", afirma. Ele acredita que outro barco achado a algumas centenas de metros do Príncipe de Astúrias seja o Glasgow, que também teria naufragado em decorrência do choque. Essa hipótese depende de uma confirmação da Marinha inglesa que ainda não se pronunciou. Relatos de estudiosos de guerra são conflitantes. Alguns dizem que o Glasgow continuou a navegar até 1926, quando foi desmontado. Outros afirmam que ele desapareceu na costa do Brasil.
Pouco antes, o Glasgow havia interceptado outro navio na costa brasileira, o alemão SS Catherina. Os ingleses tentavam capturar parte das reservas alemãs de ouro que estavam sendo transferidas para bancos de Buenos Aires. "Acreditava-se que o Príncipe de Astúrias levava uma carga de ouro equivalente a 40 milhões de libras esterlinas. Por isso foi perseguido e abalroado", afirma Scarpinni.
"Livros de integrantes da Marinha inglesa negam que o Glasgow tenha afundado", diz o técnico em arqueologia submarina, Marcello De Ferrari. Especialista em história naval, Ferrari pergunta: "Se houve perseguição, por que os sobreviventes não registraram o fato?" Uma lei aprovada na semana passada na Câmara dos Deputados pode ajudar a elucidar a questão. Ela permite parceria entre governo e empresas privadas no resgate de navios afundados na costa brasileira. O ouro que estaria a bordo do transatlântico nunca foi encontrado.

segunda-feira, 8 de abril de 2013

Thomas Hobbes está atual

Gustave Doré
“Dos poderes humanos o maior é aquele composto pelos poderes de vários homens, unidos por consentimento numa só pessoa, natural ou civil, que tem o uso de todos os seus poderes na dependência de sua vontade. É o caso do poder de um Estado”.
Hobbes associa ao Estado a figura opressora do monstro bíblico chamado Leviatã. Nesta obra Hobbes avalia que os homens são egoístas e que o mundo não satisfaz todas as suas necessidades, defendendo por isso que no Estado Natural, sem a existência da sociedade civil, há necessariamente competição entre os homens pela riqueza, segurança e glória. “É a guerra de todos contra todos.” Como reverter esta situação, se moral e justiça não fazem sentido no Estado Natural? A nossa razão leva-nos a procurar a paz, quando possível, e a utilizar os artifícios da guerra se a não conseguirmos. A paz é conseguida somente por meio de um contrato social. Temos que aceitar abandonar a nossa capacidade de atacar os outros em troca do abandono pelos outros do direito de nos atacarem.
Mas como realizar este acordo? A nossa razão diz-nos que não podemos aceitá-lo enquanto os outros o não fizerem também. Nem contratos nem promessas são suficientes para pôr em prática o acordo. É que, baseando-nos no nosso próprio interesse, só manteremos os contratos ou promessas se for do nosso interesse. Uma promessa que não pode ser obrigada a ser cumprida não serve para nada.
Assim ao realizar o contrato social, temos que estabelecer um mecanismo que o obrigue a ser cumprido. Para isso temos de entregar o nosso poder a uma ou a várias pessoas que punam quem quebrar o contrato. A esta pessoa ou grupo de pessoas Hobbes chama soberano. Pode ser um indivíduo, uma assembleia eleita, ou qualquer outra forma de governo.
Thomas Hobbes (1588-1679) no Leviatã

sábado, 6 de abril de 2013

Explicação

Taleban

Crime e Castigo

Fiódor Dostoiévski (1821-1881) escritor russo, considerado um dos maiores romancistas de todos os tempos. É tido como o fundador do existencialismo.
Crime e Castigo foi publicado pela primeira vez em 1866 e foi o primeiro romance do autor traduzido para línguas da Europa Ocidental.
O livro relata a angústia e o sofrimento vividos por Románovitch, um jovem estudante de direito que se vê marginalizado pela falta de dinheiro. Após ter cometido o assassinato de duas mulheres: Alena Ivánovna, uma velha usurária, a quem Raskólnikov empenhava alguns objetos para obter dinheiro para sua sobrevivência e Isabel Ivánovna, irmã da usurária, também assassinada, por estar no lugar e hora erradas.
A história, que se faz interessante já pela originalidade seu enredo central, é uma das obras mais importantes da literatura mundial por ser um verdadeiro ensaio psicológico das personagens, uma qualidade ímpar dos escritores russos.
A trama, à primeira vista, é um romance policial: descobrir um assassino. Assassino esse que está revelado ao leitor desde o início. Seria um romance policial comum se a narrativa não se fizesse transcorrer numa teia envolvente de personagens e tramas paralelas capazes de prender o leitor não mais para a resolução do caso, mas para a resolução dos dramas humanos que o autor propõe.
Sem dúvida, trata-se de uma história única capaz de produzir sentimentos diversos e intensos para quem a lê. E se você ainda não está convencido sobre a importância deste livro basta dizer que Crime e Castigo é considerado por muitos, e importantes críticos literatos, como o grande romance de todos os tempos.
O jovem Románovitch estudante se vê perseguido por sua incapacidade de continuar sua vida após o delito. Sua crença de que é um homem extraordinária se extingue, e ele acaba por confessar o crime a uma prostituta, Sófia Siemionovna Marmiéladova, que o orienta a se entregar e admitir o crime. Raskólnikov, então, é condenado à exílio na Sibéria, acompanhado por Sófia, onde começa sua reabilitação mental e espiritual.
Esta personagem demonstra a tendência existencialista de Dostoiévski, uma vez que é a personagem que define a sua vivência, o seu futuro, optando por abandonar a sua teoria e optar por uma via espiritual, o refúgio na Religião Cristã Ortodoxa. O livro se baseia numa visão sobre religião e existencialismo com um foco predominante no tema de atingir salvação por sofrimento, sem deixar de comentar algumas questões do socialismo.
Os personagens e as descrições de seus caracteres e personalidades, inspiraram pensamentos filosóficos, sociológicos e psicológicos da segunda metade do século XIX e também no século XX.
Foram influenciados Nietzsche, Sartre, Freud, Orwell, Huxley, dentre outros.

sexta-feira, 5 de abril de 2013

Poema em Linha Reta

Nunca conheci quem tivesse levado porrada.
Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo.
E eu, tantas vezes reles, tantas vezes porco, tantas vezes vil,
Eu tantas vezes irrespondivelmente parasita,
Indesculpavelmente sujo,
Eu, que tantas vezes não tenho tido paciência para tomar banho,
Eu, que tantas vezes tenho sido ridículo, absurdo,
Que tenho enrolado os pés publicamente nos tapetes das etiquetas,
Que tenho sido grotesco, mesquinho, submisso e arrogante,
Que tenho sofrido enxovalhos e calado,
Que quando não tenho calado, tenho sido mais ridículo ainda;
Eu, que tenho sido cômico às criadas de hotel,
Eu, que tenho sentido o piscar de olhos dos moços de fretes,
Eu, que tenho feito vergonhas financeiras, pedido emprestado sem pagar,
Eu, que, quando a hora do soco surgiu, me tenho agachado
Para fora da possibilidade do soco;
Eu, que tenho sofrido a angústia das pequenas coisas ridículas,
Eu verifico que não tenho par nisto tudo neste mundo.
Toda a gente que eu conheço e que fala comigo
Nunca teve um ato ridículo, nunca sofreu enxovalho,
Nunca foi senão príncipe — todos eles príncipes — na vida…
Quem me dera ouvir de alguém a voz humana
Que confessasse não um pecado, mas uma infâmia;
Que contasse, não uma violência, mas uma cobardia!
Não, são todos o Ideal, se os oiço e me falam.
Quem há neste largo mundo que me confesse que uma vez foi vil?
Ó príncipes, meus irmãos,
Arre, estou farto de semideuses!
Onde é que há gente no mundo?
Então sou só eu que é vil e errôneo nesta terra?
Poderão as mulheres não os terem amado,
Podem ter sido traídos — mas ridículos nunca!
E eu, que tenho sido ridículo sem ter sido traído,
Como posso eu falar com os meus superiores sem titubear?
Eu, que venho sido vil, literalmente vil,
Vil no sentido mesquinho e infame da vileza.

Álvaro de Campos
Fernando Pessoa (1888-1935)

quinta-feira, 4 de abril de 2013

"Ensaio Sobre a Cegueira"

Gaston Bussiere
Se antes de cada ato nosso, pudéssemos
prever todas as consequências dele,
e pensar nelas a sério.
Primeiro as imediatas, depois as prováveis,
depois as possíveis, depois as imagináveis...
Não chegaríamos sequer a mover-nos porque
o nosso primeiro pensamento nos teria feito parar!

José Saramago (1922-2010)

terça-feira, 2 de abril de 2013

Desejo

Gustav Klimt
“No desejo de varrer
As trevas de minha alma
A grande árvore, eu procuro
Que nunca se abalou
Na fúria da tempestade.”

Daisaku Ikeda
Fragmento do poema “Ó Viajante”

segunda-feira, 1 de abril de 2013

A receita de Rousseau

A receita de Rousseau para uma sociedade
harmoniosa é extremamente atual.
Jacques-Louis David
“QUEREM DAR consistência ao Estado? Aproximem os extremos. Não tolerem nem a opulência nem a mendicância.”
A frase de Rousseau em seu Contrato Social me ocorre ao refletir sobre o projeto de Bill Gates e Warren Buffett de convencer bilionários como eles a destinar, no testamento, parte de sua fortuna para a filantropia.
É mais marketing que outra coisa. O problema na sociedade americana é o abismo entre bilionários (pouquíssimos) e o resto (muitíssimos). Essa desigualdade é maquiada pela fantasia de que qualquer um pode se tornar Bill Gates. É lorota. Veja quantos iguais a Bill Gates existem e quantos sonham, na fronteira cabulosa entre a esperança e o desespero, com a proteção do Projeto de Saúde de Obama, inspirado nos países mais desenvolvidos da Europa.
Uma digressão: ri comigo mesmo ao imaginar o que Jorge Paulo Lehman teria dito a seu amigo Buffett caso este o tivesse convidado a entrar no grupo dos filantropos bilionários.
A melhor coisa que li sobre o projeto estava num editorial do Global Times, da China. Antes de perguntar por que os bilionários decidiram ser generosos, dizia o editorial, você deve perguntar por que eles têm tanto dinheiro.

Fonte::
Por Paulo Nogueira:( Diário do Centro do Mundo )