quinta-feira, 28 de abril de 2011

WikiLeaks

‘Metade dos presos em Guantânamo era inocente’
Sarah Folkman
Os jornais El País,The New York Times e Washington Post publicaram em seus sites na noite deste domingo (24) uma série de documentos secretos que revelam informações detalhadas sobre a base militar norte-americana de Guantânamo. Os três veículos tratam de fichas de 759 dos 779 presos que passaram pela prisão.
Com data entre 2002 e 2009, os registros revelam que o governo dos Estados Unidos usou a prisão de Guantânamo ilegalmente para obter informação dos detidos, independentemente de serem suspeitos ou não. Informam também que parte dos prisioneiros afegãos e paquistaneses era inocente, incluindo motoristas, agricultores e cozinheiros, que foram detidos durante operações de inteligência em zonas de guerra.
O El País cita ainda o caso de um homem de 89 anos preso em Guantânamo. Ele sofria de demência senil, artrite e depressão. Foi detido porque os soldados encontraram um telefone no complexo de casas onde ele vivia que continha números de pessoas "suspeitas" de ligação com o Talebã. O idoso não sabia de quem era o telefone, tampouco sabia manusear o aparelho. Tempos depois, as autoridades concordaram que ele não sabia de nada e que não oferecia perigo.
Um dos presos foi um adolescente afegão de 15 anos que não era apenas inocente, como também uma vítima do "inimigo". Antes de ser detido pelos EUA, um grupo armado Talibã sequestrou e estuprou o jovem.
Desde a criação da prisão norte-americana, em 2002, morreram sete presos no local, segundo dados oficiais. Sua manutenção não encontra amparo em nenhuma convenção internacional e, portanto, não há como fiscalizar o que acontece em seu interior, motivo pelo qual os EUA são criticados por organizações de direitos humanos. Os EUA também não permitem que a ONU (Organização das Nações Unidas) inspecione as condições da base e do tratamento recebido pelos detidos.

Fonte: Opera Mundi
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∗ É essa democracia que os EUA exercem para com o mundo.

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